No Brasil, 29 de agosto marca o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. A data foi escolhida em homenagem ao 1º Seminário Nacional de Lésbicas (Senale), que aconteceu em 1996.
O principal objetivo é o combate à lesbofobia, além de propor discussões e reflexões importantes para a busca por direitos e dignidade.
O Seminário Nacional de Lésbicas (Senale) foi organizado pelo Coletivo de Lésbicas do Rio de Janeiro (Colerj), grupo que existia na época, e usou o tema de “Visibilidade, Saúde e Organização” para falar sobre sexualidade, prevenção de ISTs e HIV/Aids.
Dia da Visibilidade Lésbica: Pesquisa violências cotidianas
A primeira parte do "LesboCenso Nacional: Mapeamento de Vivências Lésbicas no Brasil", realizado em 2022, revela que assédio moral e assédio sexual estão entre as formas mais recorrentes entre as violências sofridas por mulheres lésbicas.
O estudo, realizado pela Liga Brasileira de Lésbicas e pela Associação Lésbica Feminista de Brasília, indica que 78% das entrevistadas já sofreu algum tipo de lesbofobia e tem conhecidas que já sofreram algum tipo de violência por serem lésbicas.
A violência sexual também foi um tópico importante da pesquisa: 24,76% das mulheres lésbicas disseram que já foram estupradas e, ainda, afirmaram que pessoas conhecidas cometeram 75,13% desses crimes.
Dia da visibilidade lésbica ou Dia do Orgulho Lésbico
Por serem comemorados no mesmo mês, as duas datas podem causar a impressão de que são sinônimas, mas os motivos pelos quais cada uma surgiu têm suas diferenças. No dia 29 de agosto é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, exclusivamente no Brasil.
Já o Dia do Orgulho Lésbico é comemorado dez dias antes, em 19 de agosto, e faz menção ao protesto ocorrido no Ferro's Bar, na década de 1980. Esse bar em São Paulo era ponto de encontro de membros da comunidade LGBTQIAP+ e de ativistas, que eram perseguidos pelo governo na época.
Mostrando que nem todos eram tratados da mesma forma dentro do movimento, as lésbicas que frequentavam o bar foram impedidas de distribuir publicações sobre as suas realidades e muitas foram expulsas do estabelecimento.Então, um grupo de ativistas lésbicas, lideradas pela filósofa Rosely Roth, se reuniu para protestar contra a exclusão no bar.
A manifestação ocorreu em 19 de agosto de 1983.O momento ficou conhecido como "Stonewall brasileiro", referência ao 28 de junho de 1969, marcado pela perseguição policial e repressão aos LGBTQIAP+ em Nova York, no bar Stonewall Inn.
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