Uma advogada foi presa na Unidade Prisional Professor José Jucá Neto (UP-Itaitinga 3), em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, portando bilhetes com instruções para o tráfico de drogas. O caso aconteceu nesta quinta-feira (18).
Conforme a Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP), a advogada estava em atendimento ao interno conhecido como "Babinha", pertencente a uma facção criminosa, e, ao final da consulta, tentou esconder um bilhete no bolso.
Ainda segundo a SAP, a mulher foi flagrada pela polícia penal plantonista, que ao verificar o conteúdo constatou que o bilhete continha informações sobre a compra de drogas dos tipos "skank", um tipo de super maconha com alto poder alucinógeno, e inscrições se referindo a "óleo", expressão utilizada pelo crime para se referir ao "crack".
Além disso, o papel também continha orientações para contratar um frete para transportar drogas de Manaus, no estado do Amazonas, e de Belém, no estado do Pará.
A advogada foi presa em flagrante pelos crimes de organização criminosa e associação para o tráfico, com agravamento de se tratar um estabelecimento prisional.
Defesa
A defesa da advogada, feita pelo advogado criminalista Taian Lima, disse a conduta da mulher foi "atípica", porém ele considera que a prisão foi uma medida exagerada.
"A conduta da advogada é atípica, não configurando crime algum. Por isso, deveria ser objeto de investigação, sendo a prisão uma medida teratológica. Hoje (19), haverá audiência de custódia e entendemos que ela cumpre todos os requisitos para ter sua liberdade restituída", disse o advogado Taian Lima.
"Babinha", o detento que estava sendo atendido pela advogada flagrada com o bilhete, é investigado pela Polícia Civil do Pará desde 2019, após ser deportado da Colômbia. Ele já possui passagens por associação criminosa, roubo qualificado e porte ilegal de arma de fogo.
Conforme as investigações, ele residia na região da fronteira e era responsável pela comercialização e distribuição de drogas para todo o Brasil, além de ser suspeito ainda de envolvimento em mortes de policiais no estado paraense.
O homem estava foragido do Pará, mas foi capturado em setembro de 2022, quando trafegava em um veículo no bairro Praia do Futuro, em Fortaleza. A ação foi realizada pelas Forças de Segurança do Ceará com auxílio da Polícia Civil do Pará.
Na ocasião, o investigado usava um nome falso, que o permitiu ser posto em liberdade quando retornou ao Brasil.
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