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PM acusado de matar prefeito de Granjeiro e demitido da Corporação recebeu R$ 45 mil do Estado após demissão

O PM também teria tentado assassinar a própria companheira, em Barbalha

PM acusado de matar prefeito de Granjeiro e demitido da Corporação recebeu R$ 45 mil do Estado após demissão
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Dez meses após ser demitido da Corporação, o policial militar suspeito de marta o prefeito da cidade de Granjeiros egue recebendo vencimentos vindos dos cofres do Estado do Ceará. Em menos de um ano, o PM acusado de matar um prefeito e tentar assassinar a tiros a própria companheira, já recebeu, pelo menos, R$ 45 mil, continuando na folha de pagamentos da Polícia Militar do Ceará (PMCE).

A reportagem apurou que a continuidade dos pagamentos se dá porque o policial recorreu da decisão da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD). Em setembro do ano passado, a CGD publicou a demissão no Diário Oficial do Estado (DOE).  A defesa do agente não foi localizada pela reportagem.

O agente recorreu e deste então não há uma nova decisão definitiva que o impeça de receber os vencimentos, mensalmente. Por nota, a CGD diz que "o policial militar ingressou com pedido de revisão processual. O processo está em análise pelo Conselho de Disciplina e Correição – órgão de deliberação em caráter recursal cuja decisão final tenha sido proferida pelo Controlador Geral de Disciplina. Ressalta-se que a Controladoria segue os trâmites do ordenamento jurídico".

Na época, da demissão a Controladoria disse ter considerado que o militar cometeu "faltas funcionais atentatórias aos direitos humanos fundamentais e de natureza desonrosa, condições previstas legalmente como necessárias para classificar uma transgressão como de natureza grave" e concluiu que "a praça acusada não reúne a capacidade moral para permanecer nos quadros da PMCE".

TENTATIVA DE FEMINICÍDIO

A demissão veio devido à tentativa de feminicídio ocorrida em Barbalha, em 2020. Segundo a portaria,o policial foi indiciado e preso pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) por motivo fútil e com uso de arma de fogo, contra a própria companheira.
 
O casal estava em uma chácara, quando a mulher teria se recusado a ter relações sexuais com o acusado, o que o motivou a atirar no braço dela. Ela correu para uma via pública para pedir ajuda e foi socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que a levou para o hospital, onde passou por cirurgia.
 
Além da tentativa de feminicídio, o PM teria cometido outros crimes naquele dia, de acordo com a CGD: disparo de arma de fogo, porte ilegal de arma de fogo, direção de veículo automotor com capacidade psicomotora alterada por influência de álcool e fuga do local em que se deu a prática criminosa. O processo criminal tramita em segredo de justiça.

POLICIAL TAMBÉM É SUSPEITO DE MATAR PREFEITO

o policial é réu, em outro processo, pelo assassinato do então prefeito de Granjeiro João Gregório Neto, o 'João do Povo', ocorrido no dia 24 de dezembro de 2019. Conforme as investigações, o PM foi o coordenador da ação criminosa, que contou com pistoleiros e chocou o Estado, na véspera da celebração do Natal.

O policial demitido ainda responde a ações penais na Justiça do Ceará por participação no motim dos militares, em fevereiro de 2020; por crimes do Sistema Nacional de Armas; e por ameaça.

FONTE/CRÉDITOS: Diário do Nordeste
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