Sete trabalhadores foram resgatados, nesta sexta-feira (10), de situação análoga à escravidão na produção da carnaúba, em Pacujá, interior do Ceará. Somente neste ano, de janeiro a novembro, os auditores fiscais do Ministério do Trabalho resgataram 32 trabalhadores de situação similar.
Segundo o Ministério do Trabalho, os trabalhadores, naturais de Uruoca, atuavam na extração da palha e do pó da carnaúba sem carteira de trabalho assinada, sem fornecimento de EPI, sem exames médicos, sem instalações sanitárias, sem fornecimento de água potável, e dormiam em alojamentos de "condições precárias".
Os auditores do Ministério do Trabalho constataram que o alojamento disponibilizado pelo empregador como dormitório para os empregados era o mesmo local utilizado para depósito do pó da carnaúba. Alguns trabalhadores dormiam na parte interior da casa ao lado de sacas de pó. Já outros, por falta de espaço, dormiam no alpendre.
Os trabalhadores resgatados atuavam na extração da palha da carnaúba. — Foto: Reprodução
Ainda segundo os auditores fiscais, o local não dispunha de água potável nem banheiros. Os trabalhadores acabavam por utilizar área de mato para as necessidades fisiológicas e tomavam banho em um açude nas proximidades.
A fiscalização do Ministério do Trabalho garantiu e acompanhou o pagamento das verbas rescisórias, no valor de R$ 20.672,40 dos sete trabalhadores resgatados. Os trabalhadores também receberão três parcelas do seguro desemprego.
Ainda foram registrados 12 autos de infração pelas irregularidades constatadas durante a operação de combate ao trabalho escravo.
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