Mas a partir dos anos 1990, a atividade entrou em declínio, principalmente devido à praga do bicudo-do-algodoeiro besouro da família dos curculionídeos, originário da América Central, de coloração cinzenta ou castanha e mandíbulas afiadas, utilizadas para perfurar o botão floral e a maçã dos algodoeiros , à ausência de políticas públicas de incentivo e à concorrência com culturas mais rentáveis. O resultado foi a desestruturação de uma cadeia que tinha forte impacto econômico no Interior.
Hoje o Estado não está entre as principais produções do cultivo e, por isso, visa voltar ao ranking nacional e ganhar a expressividade que não possui mais.
Agora, o governo aposta em um modelo mais moderno e sustentável para reverter esse cenário. O governador afirmou que o Estado tem condições de voltar a ser referência no cultivo.
O que prevê o programa
Segundo a proposta, os agricultores cadastrados terão acesso a sementes selecionadas, adaptadas ao clima e ao solo do semiárido cearense.
A distribuição será acompanhada de assistência técnica, com acompanhamento desde o preparo do solo até a colheita.
Também haverá orientação para práticas modernas de cultivo, uso de insumos biológicos e medidas de vigilância fitossanitária, como o “vazio sanitário” – período sem plantio que impede a sobrevivência de pragas.
Outro eixo do programa é a rearticulação da cadeia produtiva. Atualmente, grande parte do algodão usado pela indústria têxtil do Estado vem de fora.
A expectativa é que a retomada do cultivo local reduza essa dependência, fortaleça a indústria, gere empregos e atraia novos investimentos privados.
Pequenos e médios produtores, especialmente vinculados à agricultura familiar, terão prioridade no cadastro.
O governo afirma que essa inclusão é estratégica para estimular práticas sustentáveis e diversificar a renda de famílias que já cultivam milho, feijão e outras culturas de subsistência.
Próximos passos
O cronograma do programa prevê que a primeira etapa de distribuição de sementes ocorra ainda este ano, para preparar o plantio para o próximo ciclo agrícola.
A proposta também prevê acompanhamento contínuo para mensurar resultados, identificar gargalos e ampliar gradualmente o alcance da política.
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